Telhados Verdes

Que tal ter uma área verde extra onde você mora ou trabalha, um condicionador natural de ambientes e, de quebra, ajudar a reduzir enchentes, a poluição e até o calorão da cidade? Pois tudo isso é proporcionado simultaneamente pelos chamados telhados verdes, solução cada vez mais difundida em grandes metrópoles mundo afora.
O passo mais recente rumo à popularização dessa tecnologia, que você vê como funciona virando a página, foi a criação do Green Roofs Ecology, centro de pesquisas dedicado exclusivamente ao assunto, na Haifa University, em Israel. Seu foco é o desenvolvimento de telhados verdes não irrigados e de variedades de plantas mais adequadas às lajes.
Chicago, Tóquio e Toronto são cidades que já incentivam coberturas verdes, com leis específicas. Na Alemanha, líder no setor, essa indústria cresce cerca de 10% ao ano, e estima-se que 12% dos prédios do país já possuam algum tipo de vegetação no topo.
No Brasil, o avanço é tímido. A cidade pioneira é Porto Alegre, onde desde 2007 toda nova construção deve ter pelo menos 20% de sua área com vegetação. Em São Paulo, a vereadora reeleita Sandra Tadeu (DEM) propôs em 2009 uma lei que obriga esse tipo de telhado em novos empreendimentos, e espera levar o documento à votação no início deste ano.
Seria algo bem-vindo para a cidade. “Os grandes centros hoje são muito ocupados por construções, o que impermeabiliza o solo e cria ilhas de calor”, diz Maria Carolina Fujihara, coordenadora do Green Building Council Brasil, ONG voltada à difusão de construções sustentáveis.
Ela se refere à ausência de terra para absorver água e evitar enchentes, e também ao fenômeno que causa aquele abafamento incômodo nas cidades — vários estudos já detectaram que, num fim de tarde em São Paulo, a temperatura no centro da cidade é de 6 oC a 10 oC mais alta do que em regiões periféricas, como a Serra da Cantareira, pela simples falta de mato.
As únicas desvantagens são os custos de manutenção e implementação — este último é irrisório, se o telhado está previsto desde a criação do projeto de um edifício. “A cidade já está inteira construída, então o jeito é lidar com as construções”, diz o engenheiro civil Felipe Pinheiro, da Ecosapiens, que desenvolve telhados verdes. Ou seja: como não há mais espaço para fazer praças ou jardins no chão, a solução é jogar tudo para o alto. Literalmente.
Entre seus benefícios estão:
-   Auxílio para  que a cidade não esquente excessivamente e não forme as chamadas Ilhas de Calor. O telhado verde não propaga calor como os sistemas de coberturas mais comuns, como a laje ou telhas convencionais;
-   O telhado verde absorve até 90% mais o calor que os sistemas convencionais, fazendo com que este não seja propagado para o interior da construção. Além de mais conforto, este fator  praticamente extingue a necessidade do uso de  ar condicionado;
-   As plantas produzem oxigênio, melhorando a qualidade do ar das proximidades;
-   O sistema também absorve os ruídos do entorno, servindo de isolamento acústico;
-   Ajuda, ainda, a reter a água da chuva de modo que esta não caia direto nas galerias urbanas. O processo de escoamento dos telhados verdes ajuda a retardar o caminho da agua, aliviando possíveis enchentes na região;
-  Regula a umidade do ar no entorno da edificação;
-  Promove o reequilíbrio ambiental, principalmente quando são  usadas plantas nativas – pode servir, ainda, de habitat para espécies de pássaros locais;
-  Cria  um agradável terraço para diversos tipos de usos.

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