Facebook sofre êxodo de diretores após IPO

Três executivos já deixaram a rede social em menos de dois meses - e o fracasso na abertura de capital da companhia pode ter culpa nisso...

    Mark Zuckerberg 

Nesta semana, mais dois executivos do Facebook postaram em suas páginas pessoais da rede social que estavam seguindo novos rumos profissionais e deixando a companhia. As baixas são a terceira em menos de dois meses e, coincidentemente ou não, elas estão ocorrendo após o desastroso IPO da empresa criara por Mark Zuckerberg.

Ethan Beard, diretor de parcerias, e Katie Mitic, diretora de marketing, anunciaram suas saídas no dia primeiro de agosto. A justificativa dos dois executivos era de que ambos queriam experimentar outras áreas empresariais e que estavam prontos para seguir novos caminhos. Beard trabalhava para o Facebook desde 2008 e Katie estava há dois anos na companhia
Em meados de junho, Bret Taylor, diretor de tecnologia, anunciou que estava deixando a companhia para dar andamento a outros sonhos profissionais.  Na ocasião, o executivo afirmou que sua saída era algo natural e que o momento, após o IPO, era também bastante oportuno.
O executivo havia ganhado cerca de 300 milhões de dólares com a abertura de capital do Facebook e a vontade de investir em um negócio próprio somada a um momento não muito feliz para ao Facebook podem ter provocado a saída tão rapidamente de Taylor.
A verdade é que a rede social, além do desafio de driblar o fracasso de seu IPO, enfrenta também o desafio de reter seus talentos e executivos-chaves de suas operações. Taylor e Beard, por exemplo, desempenharam papel fundamental na construção de relacionamentos com parceiros estratégicos da companhia, como o Zynga.
Problema
O Facebook abriu seu capital em meados do mês de maio, mas bem antes disso, o mercado aguardava eufórico o IPO da companhia de Zuckerberg. A expectativa era que a empresa conseguisse captar cerca de 20 bilhões de dólares, mas ficou com 16 bilhões. Os números frustraram o mercado e os acionistas que investiram na companhia.
Na época, um grupo de investidores chegou a abrir um processo contra a rede social acusando-a de fraude. A denúncia estava ligada à ocultação de algumas informações importantes, como a queda severa na receita da companhia antes do IPO.  De acordo com o processo, a rede social reduziu suas previsões de rendimento para o ano, mas a informação não foi compartilhada com todos.
O Facebook já perdeu mais da metade de seu valor de mercado desde o IPO. Valendo agora menos de 50 bilhões de dólares, é realmente de se pensar se vale a pena continuar se dedicando a uma companhia que tem chance de afundar e ver os seus negócios virarem água.

Será possível que o Facebook venha mesmo falir, ou esse é um pensamento precipitado? 

Mark Zuckerberg disse que o Facebook foi construído para realizar uma missão social: tornar o mundo mais aberto e conectado, em carta entregue junto com a documentação para estrear na Bolsa de Valores de Nova York. E que ele tem alcançado um patamar legítimo e concreto é notável. O Facebook mostrou ser um negócio lucrativo e de rápido crescimento. Em 2011, chegou aos 845 milhões de usuários no mundo. O lucro líquido foi de US$ 1 bilhão e a receita, de US$ 3,7 bilhões. Mas surge então a dúvida: Por que o Facebook ao invés de continuar progredindo, como tem feito desde sua criação em fevereiro de 2004, parece estar regredindo? Enfrentando essa 'crise' após o resultado frustante do IPO, pode-se dizer que o Facebook esteja correndo o risco de tornar-se apenas mais uma rede social, como tantas outras que fizeram sucesso por um bom tempo mas que depois caíram no esquecimento, como o nosso  queridinho Orkut? E comparar o Facebook ao Orkut nesse momento pode ser alarmante demais, ou é de fato uma linha de raciocínio consciente de que se continuar perdendo a credibilidade para seus investidores, toda essa história de sucesso se transforme num pesadelo? 

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