Terça Insana: Vovó Arlinda/Leila/Betina Botox/Lexotan


Vamos rir um pouco? TERÇA INSANA!!!!!

Pra quem ainda não conhece essa turminha... PUTA QUE PARIU, EIM!?  Mas vamos lá... Primeiro os vídeos e logo depois um pouquinho sobre o espetáculo. Olha isso:

 

É possível contar nos dedos – e o resultado talvez nem exija as duas mãos – os espetáculos teatrais no Brasil que apresentem tanta longevidade no uso da criatividade e na ousadia de sua proposta até certo ponto anárquica.
Quando se pensa, então, em um espetáculo que exibe todas estas credenciais depois de ter nascido em berço humilde, sem patrocínios por trás e que só sobreviveu, nos primeiros meses, graças à garra excepcional de seus artistas e ao animado boca-a-boca promovido por seus fãs, a lista parece ficar reduzida a apenas um nome – a Terça Insana, projeto que apresenta vários esquetes de um humor inteligente e cotidiano que se transformou, ao longo dos últimos tempos, no mais nobre representante da gargalhada paulistana – e
hoje um produto de exportação.

A Terça Insana consolida-se não só como a mais bem sucedida empreitada humorística dos últimos tempos no Brasil, mas como uma grife que migrou do limitado terreno do cult para a condição de espetáculo de massa – sem perder de vista o princípio básico de que o cérebro deve rir antes da boca.
A Terça Insana surgiu, de maneira despretensiosa, em outubro de 2001, apertada no pequeno palco do Teatro Next, na Rua Rego Freitas, um trecho pouco acolhedor e muito suspeito do centro de São Paulo. A idealizadora do projeto – e até hoje a
timoneira desta nau – é a atriz gaúcha Grace Gianoukas, que já havia, ao longo dos anos 80, lapidado seu talento de comediante e show-woman nos palcos alternativos do Espaço Off e da casa noturna Madame Satã. Para a primeira temporada do projeto,
Grace teve a habilidade de juntar vários talentos cômicos que andavam dispersos pela cidade. O manual de instrução que o grupo recebeu não podia ser mais simplificado: eles deveriam criar personagens que pudessem, em cada semana, ser expostos
a novos temas e situações – ou seja, lugar de piada velha era nos requentados programas humorísticos de televisão. A cidade não precisou de mais do que duasou três semanas para perceber que alguma coisa muito peculiar estava ocorrendo
naquele palquinho.

Com uma vasta galeria de personagens memoráveis que foram sendo criados com o passar do tempo, a Terça Insana jogou na vala comum um tipo de humor que sobrevivia às custas de estereótipos como as da empregada boazuda, o marido traído, a loira abobalhada, o anão, a avozinha surda, o gago e mais uma constelação de velharias de repertório empoeirado. Por apostar no novo, a Terça Insana se converteu também em um palco de experimentações para um grande número de artistas convidados. Alguns, em função do talento de suas criações e de sua empatia diante do público, foram acomodados no elenco fixo da casa. Este rodízio de artistas registrado
ao longo destes anos cumpre uma das propostas mais fundamentais do projeto – a criação constante, o que faz com que novos temas e cenas inéditas cheguem ao palco com velocidade surpreendente. Para que isso nunca deixe de ocorrer, a Terça Insana faz, de tempos em tempos, alterações em seu elenco fixo, o que garante aos novos talentos a chance de contracenar com atores premiados e experientes.

Atenta a todas estas particularidades, a imprensa paulista (e logo depois a dos outros estados também) fez de seus cadernos de cultura um potente cartão de visita para apresentar a Terça Insana ao grande público: as filas que se formavam diante do Next
eram a prova de que o projeto havia vingado – conseguir uma cadeira para assistir ao espetáculo tornou-se uma questão de honra para o público. Até porque, além das atrações do palco, a sorte podia sorrir e acomodar Ana Paula Arósio, Reynaldo Gianecchini, Bruna Lombardi ou Rodrigo Santoro na cadeira ao lado da sua.

Era questão de tempo até que o filho se tornasse muito maior que o berço. Assim, em 2003 Grace Gianoukas resolveu dar uma grande cartada: levar a Terça Insana para o palco do Avenida Club, em Pinheiros, onde a capacidade de público era, no mínimo, cinco vezes superior à do Next. Os riscos eram grandes e as dúvidas, idem: o caráter intimista e ao mesmo tempo revolucionário do projeto iria se adaptar bem ao mainstream da noite paulista? O público acompanharia seus humoristas até o novo endereço? Todos os lugares da platéia ficariam ocupados? Haveria filas na porta, brigas por ingressos e gente voltando para casa sem conseguir entrar? Na primeira noite – e em todas as seguintes – a resposta foi “sim” para as alternativas acima.
Oito meses depois da chegada ao Avenida Club, o projeto divulgou sua primeira contabilidade, que não poderia ter sido mais animadora: desde o início, no Next, até aquele dia, os quadros da Terça Insana já haviam atraído um público de 75 mil pessoas.
E nem pensar em tentar ver o show na última hora: os ingressos se esgotavam, e continuam se esgotando, com dias de antecedência. Para quem não conseguiu ver esta primeira temporada no Avenida Club ao vivo, restou um consolo muito luxuoso: em fevereiro de 2004 a gravadora Trama lançou o DVD Terça Insana, uma hilariante e bem-cuidada reunião de cenas criadas pelos atores que integraram o elenco do projeto no ano anterior. Mais tarde, em 2008, foi lançado o segundo DVD, o Ventilador de Alegria.

Com São Paulo no bolso, havia chegado o momento de experimentar outras praças.
Foi assim que, em outubro de 2004, os atores do projeto precisaram de algo mais que piadas em dia – eles precisaram de passaportes atualizados, já que foram os únicos artistas brasileiros convidados a participar do Festival “Rir 2004”, tradicional evento realizado em Lisboa que aglutina os principais grupos de humor da Europa. Portugal se tornou, desta forma, a primeira escala de uma turnê que iria se estender pelos doze meses seguintes. Após os shows na terrinha, a Terça Insana ficou sete meses em cartaz no Rio de Janeiro e de lá viajou para diversas apresentações em doze capitais brasileiras.
Ao contrário do que costuma ocorrer com a maioria dos espetáculos que excursionam, a Terça Insana pegava a estrada sem nunca deixar de apresentar um novo show todas as terças em São Paulo. Onde quer que chegassem, o cenário era sempre o mesmo: casas lotadas em diversas capitais, convites para programas de rádio, televisão, entrevistas em jornais, participação em eventos e filas de autógrafos.

O êxito da Terça Insana deixou em algum lugar do passado uma brincadeira que Grace costumava fazer no início de carreira, quando ela pipocava de casa em casa atrás de audiência. “Táxi, siga aquele público”, dizia ela. Hoje a situação é outra: se alguém
quiser alcançar Grace e seu elenco terá de ser rápido para conseguir um lugar na platéia. Mas, ao fim do espetáculo, voltará para casa com a certeza de que a corrida valeu à pena.

Nada melhor para explicar o que é Terça Insana, do que eles mesmos :D

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